Início Sobre a Autor Fale Conosco Localização
Untitled Document

História

De acordo com Ferreira (2001), a denominação “Cáceres” provém do nome do Governador
da Capitania de Mato Grosso que fundou a povoação, que veio a ser a sede municipal: Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Os brancos penetraram a região de Cáceres muito antes da fundação de Cuiabá, e se considerarmos o território atual do estado de Mato Grosso, essa região foi a primeira a ser conhecida. Com o surgimento de Cuiabá e de Vila Bela da Santíssima Trindade, a região da Cáceres se movimentou, abrindo perspectivas e facilidades para o progresso, seja por via fluvial (Rio Paraguai) ou ponto de parada terrestre (FERREIRA, 2001). No século XVIII , ano de 1772, o quarto governador da Capitania de Mato Grosso, Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, com o objetivo de impedir a evasão de impostos pelos contrabandistas de ouro na região, principalmente em Cuiabá, Vila Bela da Santíssima Trindade e mais tarde no Vale do Rio Cabaçal, criou um posto de fiscalização (entreposto comercial), que viria a ser um povoado. Para Ferreira (2001), o que pretendia era mais do que isso: queria fortificar um ponto estratégico do rio Paraguai para defesa do Reino, pois logo se construiu ali, o posto militar de Vila Maria do Paraguai. Em 1778, a cidade de Cáceres surgiu como povoado, recebendo o nome de Vila Maria do Paraguai. Situada na margem esquerda do rio Paraguai e na estrada que ligava a cidade de Cuiabá à Capitania de Mato Grosso - Vila Bela da Santíssima Trindade - Cáceres tinha a função de registrar todo o ouro que saía das minas cuiabanas na época. Bem verdade, é que Cáceres fazia parte de um conjunto de medidas de ordem geopolítica do governo de Portugal, que imprimia o avanço de ocupação do território. Sua posição estratégica e localização privilegiada foram primordiais para o desenvolvimento de sua economia na época. A ata de fundação da Vila Maria do Paraguai foi assinada em 06 de outubro de 1778. Em 1779 seu nome foi alterado para São Luiz do Paraguai, e em 30 de maio de 1874 foi elevada à categoria de município, denominado São Luiz da Cáceres e que, mais tarde, em 1938, foi denominado simplesmente, Cáceres, nome esse que perdura até os dias de hoje. Finalizado o ciclo do ouro em Cuiabá, do qual dependia toda a região algumas fazendas (Jacobina, Descalvados, Flechas e Ressaca) foram se instalando na porção leste e noroeste do município de Cáceres, e tornaram-se responsáveis pela movimentação da economia local. A fazenda Descalvados chegou a ser, na época, o maior empreendimento no estado de Mato Grosso. A proximidade do núcleo urbano a essas fazendas e a facilidade de acesso, fosse por terra ou água (via rio Paraguai), certamente, contribuíram para o desenvolvimento da economia local. De acordo com Arruda (1938), na fazenda Descalvados, localizada a 100 km da cidade de Cáceres (via rio Paraguai) “vivia empastado gado vaccum em número calculadamente de 300.000 cabeças e algumas centenas de animais cavalares”. A população que lá residia ultrapassava 400 pessoas, constituindo-se uma verdadeira vila e/ou núcleo rural. Líder em produção pecuária, Descalvados foi fundamental para o desenvolvimento da economia local, por produzir charque e extrato de carne dirigido exclusivamente ao mercado europeu, mais especificamente à Bélgica. Outras fazendas foram de grande importância para o desenvolvimento da atividade pecuária no município. A fazenda Jacobina, localizada a menos de 20 km da cidade de Cáceres (via terrestre), e considerada por Mendes (1992) a célula mãe do município, possuía, em média, 60.000 cabeças de gado. Ferreira (2001) informa que em 1827, Hércules Florence, membro da comissão Langsdorff, informou que Villa Maria do Paraguay não passava de uma fila de casas, enquanto que Jacobina era a fazenda mais próspera da Província de Mato Grosso (...). As fazendas Barranco Alto, Porto do Campo, Palmital, Nova Larga, Taquaral, São João, entre outras, respondiam também pela atividade pecuária na região, nesta época. Com o tempo, mesmo após este considerável impulso, as fazendas pararam no tempo, enquanto Cáceres foi se desenvolvendo, passo a passo, tornando-se, aos poucos, a liderança regional do Oeste mato-grossense. O cultivo de alguns vegetais também tiveram importância para o desenvolvimento da economia do município de Cáceres, baseados principalmente, na erva doce e na cana-de-açúcar. A partir da cana-de-açúcar produziam-se produtos muito valorizados na época, como cachaça, açúcar e doces. Várias fazendas tiveram sua produção calcada na cana-de-açúcar, mas a fazenda Ressaca foi a que mais se destacou neste setor, no município. As atividades extrativistas da borracha, mas, principalmente, a poaia (Cephaeles Ipecacuanha), nativa da região e muito valorizada no mercado medicinal internacional, na produção de emetina, também incrementaram a economia, até a primeira metade do século XX, tendo seu auge nos anos de 1878 e 1879. As plantas eram importadas, principalmente, por firmas inglesas e holandesas. A poaia foi um símbolo para um ciclo da economia na região. Uma série de acontecimentos também contribuiu para o desenvolvimento de Cáceres, já no século XX, entre eles: passagem pelo município do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodor Roosevelt, em companhia de Rondon, em 1913 (...); em 1917, surgiu o primeiro jornal cacerense – O Comercio (...); visita a cidade do hidroavião Santa Maria, em 06 de março de 1927 (...) inauguração do primeiro cais, em 22 de janeiro de 1928, denominado Presidente Mário Corrêa (...); inicio do abastecimento de água encanada na cidade, em 1929, pela firma Castrillon & Irmãos (...); funcionamento da Usina Diesel Elétrica Municipal, em 1951 (...); inauguração da Ponte Marechal Rondon, sobre o Rio Paraguai, no governo do prefeito José Esteves de Lacerda (1961-1963), abrindo vias de comunicação para ocupação colonizadora do extremo oeste mato-grossense (...); e no governo do prefeito José Rodrigues Fontes (1963-1967) houve a inauguração da ponte sobre o Rio Cabaçal e instalação de serviço telefônico na cidade de Cáceres (FERREIRA, 2001).