História
da Literatura de Mato Grosso, século XX
Walnice Vilalva
Em busca da literatura mato-grossense é esse o título
do primeiro capítulo da História da Literatura de Mato
Grosso, século XX, publicada por Hilda Gomes Dutra Magalhães,
em 2001. Nada mais pertinente para se começar qualquer discussão
sobre a literatura produzida em Mato Grosso, considerando a laboriosa
busca por essa literatura publicada seja nos séculos XVIII, XIX
e início do século XX. Na seqüência do capítulo, Estudos preliminares, o
teatro de Mato Grosso ( séculos XVIII e XIX) é abordado
como tendo início com a descoberta do ouro na região.
A fonte não citada para esta afirmação é
a existência de apontamentos de cronistas. Observa a autora que
esse processo histórico se inicia na fase em que Mato Grosso
ainda pertencia à Capitania de São de Paulo, 1718. Decorridos
trinta anos, a partir de 1718 é que passa ser criada, a Capitania
de Mato Grosso. A ação dos bandeirantes, distantes da
metrópole (seis a oito meses), determina um contexto contraditório,
a riqueza proporcionada pelo ouro e a carestia, as doenças, os
conflitos com os índios, a alta política fiscal, implantada
pelo Governador de São Paulo, iniciou o processo de decadência
da mineração, ocasionando a debandada de muitos moradores
da vila. É nesse cenário contraditório e enfrentando
conflitos econômicos e sociais que o teatro ganha expressividade.
Entretanto, salvaguardando essas informações históricas
importantes, a autora não cita nomes nem títulos de peças
produzidas antes do Governo de Luiz de Albuquerque. Não há
nesse capítulo fragmentos de peças que foram encenadas.
Apenas ficamos conhecendo algumas das representadas em 1790, no aniversário
do ouvidor de Cuiabá. São elas: Aspázia na Síria,
Irene perseguida e triunfante, Saloio cidadão, Zenóbia
do Oriente, Dona Inês de Castro, Amor e obrigação,
Conde de Alargos, Tamerlão Zaíra, O tutor enamorado, Ésio
em Roma, Focas Sganarelos. Também não ficamos sabendo
se essas peças portuguesas sofriam qualquer alteração,
adaptação. |