Sobre o vermelho

Que falar quando é
já todo-calado pensado

que pensar quando é já
todo-sentido (sentido...?!)

que sentir quando e já
Tudo

que seja o que se não é foi ou será

e sobre (abaixo de tudo,
transeunte do nada
em uma acepção qual/queira)

(Edson Sant’ana, Fluxos, influxos, refluxos)


(Um grito)

E nessas vias de trafegar
Tristeza

O peito bate

Mas nem tanto,
Talvez apanhe.

(Edson Sant’ana, Fluxos, influxos, refluxos)


lembrança grafite-diamante

nascido em um século, passado
tempo em um tempo atrasado
ser pedra carvão e saudade
de um nunca de estar tão perto
tão perto de lugar nenhum
sentir as gotas de silêncio,
ser tantos, e ser só, mais um

viver a vida de errante
que é ímpar e se igualdade
na véspera do que não vem ser pedra
carvão e saudade

ser carvão de fósseis
sentimentos pedra
de não conhecer
saudade
de uma antiga vida
que o tempo não faz esquecer

ser pedra de manhã vem cedo saudade
triste sem rancor
carvão que as mãos sujaram
cinza
de um antigo amor

mas tudo o que é bom se vai
e o ruim vai junto
também ser
pedra carvão e saudade
de tods alguns e ninguém

serpedra carvão e saudade
ser pedracarvão e saudade
ser pedra... carvão e... saudade...

(Edson Sant’ana, Fluxos, influxos, refluxos)